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Como gerenciar o bem-estar no trabalho
Os sinais-chave do bem-estar são senso de segurança, confiança e respeito, entre colegas de trabalho, e entre funcionários e seus superiores.
Marceneiros em seu local de trabalho notaram algo peculiar. A rapidez de sua linha de produção parecia aumentar conforme passava a semana, começando em um ritmo moderado na segunda-feira e acelerando aos poucos para um ritmo muito veloz na sexta.
E os níveis de seus hormônios relacionados ao estresse subiam de acordo com essa aceleração na produção.
Essa pesquisa, feita há alguns anos, revelou que os hormônios do estresse cresciam, dia após dia, e seus níveis permaneciam altos durante a noite. Eles não caíam até chegar o final de semana.
Com a reincidência desse padrão, foi identificado que os marceneiros passaram a ingerir mais bebidas alcoólicas e passar mais horas durante a noite em frente à televisão. Eles pararam de socializar com suas famílias e amigos. Ficaram depressivos.
Em contrapartida, quando a linha de produção desacelerou e os trabalhadores encontraram seu nível certo de desafio, tudo isso foi revertido. Seus níveis de hormônios relacionados ao estresse voltaram ao normal, eles pararam de beber grandes quantidades de álcool por vez e voltaram a apreciar a companhia de família e amigos.
Hoje, consideramos essa combinação perfeita de demandas no trabalho com habilidades do trabalhador como parte do "bem-estar no trabalho", de acordo com Eileen McNeely, co-diretora da Iniciativa Sustentabilidade e Saúde por NetPositive Enterprise, da Faculdade de Saúde Pública de Harvard. Ela relaciona o bem-estar dos indivíduos no trabalho com seu foco pessoal, e das organizações em que trabalham, na sustentabilidade do planeta. "As pessoas precisam estar satisfeitas o suficiente para prestar atenção à sustentabilidade", ela me disse.
Seus principais pontos de pesquisa são os diversos fatores que determinam nosso senso de bem-estar no trabalho. O grupo de pesquisa dela em Harvard tem analisado e catalogado anos de pesquisa relevante no tema para desenvolver um Índice do Bem-Estar, avaliando as dimensões chave da questão. Elas incluem nosso senso de propósito e significado dentro daquilo que fazemos, assim como a riqueza e profundidade de nossas relações no trabalho.
Os sinais-chave do bem-estar são senso de segurança, confiança e respeito, entre colegas de trabalho, e entre funcionários e seus superiores. Isso ecoa o modelo de liderança ideal de George Kohlreiser, que aponta a habilidade de prover esse tipo de ambiente emocional como o coração da excelência.
Em meu modelo de inteligência emocional, esse ambiente positivo resulta de quando as pessoas sentem um tipo particular de empatia, chamado preocupação empática, para com aqueles com quem trabalham. Esse genuíno cuidado faz com que um membro da equipe, por exemplo, fique feliz em dedicar algum tempo extra para ajudar um colega, de bom grado. Torna o chefe mais suscetível a ver um descuido como oportunidade de aprendizado para o funcionário, em vez de uma mancha na carreira. E um chefe com preocupação empática, ao invés de manter liderados na zona de conforto, buscará sempre apresentar desafios a eles, desafios esses que os ajudarão a crescer e melhorar em áreas e habilidades que precisam.
Um CEO disse ao Dalai Lama que estava preocupado com o nível de estresse de seus funcionários mais novos com relação à suas ansiedades. A resposta foi: "Para a paz de espírito e mente tranquila, permita que os mais jovens da equipe tenha uma conversa interna – talvez uma vez por semana ou por mês – sobre seu estado mental, suas emoções, não sobre o trabalho". Eles poderiam compartilhar ideias sobre como ser resiliente, enfrentar desafios, ser mais eficiente, acrescentou o Dalai Lama.
Não é uma má ideia. Como McNeely percebeu, uma das determinantes mais fortes de nosso senso de bem-estar se relaciona diretamente com nossas conexões sociais.
Fonte: http://www.administradores.com.br